Thursday, October 7, 2010

Introdução

           “Um bom espião pode significar a diferença entre a vitória e a derrota em guerra.“



                     Um espião pode passar dados como: força real do exército inimigo, seu poder de fogo, o tamanho do seu suprimento de armas, combustível, água, alimentos etc., de um lado para o outro.
                      Ao contrário do que se pensa a espionagem naquela época não tinha todo aquele glamour de Bond. Espiões eram discretos e também não trabalhavam sozinhos, para cada agente secreto infiltrado em algum país, milhares de funcionários públicos anônimos coletavam informações na imprensa internacional, nos relatórios de embaixada e consulados.

              Até o final da Primeira Guerra Mundial (1918) os serviços secretos, quando existentes, eram precários e eram mais “Agências de Intrigas“ com trabalhos voluntários. Os Estados Unidos não tinham uma agência central de informações;  França e a Grã-Bretanha estavam “interditadas” por causa de escândalos políticos; o russo despencava sob o impacto combinado da guerra, e da agitação comunista; o serviço  alemão era relativamente bom, mas era desprezado pelos generais prussianos. Por causa dessa precariedade nenhuma agência pode perceber o poder do exército alemão, o tamanho da agitação comunista na Rússia, a decadência do Império Otomano, e a conseqüente situação explosiva nos Bálcãs.



                Mas também no início da Segunda Guerra seus serviços foram subestimados. Um exemplo disso seria que, as vésperas da Segunda  Guerra Mundial, Joseph Stalin não acreditou em uma informação de um de seus espiões, que dizia o dia e a hora com precisão em que Adolf Hitler iniciaria a invasão da União Soviética. Outro exemplo seria quando o presidente dos Estados Unidos, Franklin D. Roosevelt não deu crédito às informações que seus espiões tinham de que o Japão se preparava para atacar Pearl Harbor. Esses indicavam que os estados teriam que criar e aperfeiçoar seus serviços secretos.




KGB: O Império do Terror

   Em 1945, a União Soviética já possuía um serviço centralizado de espionagem, constituído na base da Opritchnina, que era a antiga polícia secreta dos czares. A primeira agência de espionagem russa foi criada logo após a tomada do poder pelo Partido Bolchevique em 1917, que se chamava Cheka (Comitê contra Atos de Sabotagem e contra-Revolução). Houve muitos nomes até que o serviço secreto soviético fosse chamado de KGB.
   A razão desses vários nomes seria a mudança na finalidade e na qualidade do serviço secreto russo com o passar do tempo. A Cheka, tinha a finalidade de combater aqueles que se opunham à Revolução Russa; GPU, Administração  Política do Estado, funcionou como uma polícia política do Estado,  época em que foi criada a União Soviética (1922); NKVD, Comissariado do Povo para Assuntos Internos, quando Stalin, além de ter consolidado sua própria ditadura, colocou a GPU ao seu dispor, e isso porque se preparava para abrir os Processos de Moscou (1934 – 1936), quando ele eliminou seus adversários políticos.
   Até o final da Segunda Guerra Mundial, as principais funções do serviço secreto soviético eram “internas“. Muito mais voltadas para o controle e a repressão dentro da URSS, ao invés de coletar informações do exterior. Apenas no decorrer da Segunda Guerra que Stálin criou um Ministério para a Segurança, que incluía a NKVD e outros serviços (exemplo: Ministério do Exterior e Serviço Central de Informações) junto ao Estado-Maior das Forças Armadas. E com o início da Guerra Fria, os serviços soviéticos ganharam, de pouco em pouco, uma dimensão cada vez mais importante.                            

    Após a morte de Stálin (1953), Laurenti Boria (na época, chefe da NKVD) tentou tomar o poder, dando um golpe, e consequentemente foi executado por membros da cúpula PCUS (Partido Comunista da União Soviética). E então, a NKVD passou por uma reestruturação completa sendo renomeada como KGB.
   Os agentes da KGB operavam seguindo o Pacto de Varsóvia, ou seja, a KGB incorporava não só a Rússia, mas também os outros países da URSS. Os tentáculos da agência se estendiam aos aparelhos de Estado dos países do Leste Europeu, controlando seus serviços secretos, cúpula dos partidos comunistas, a imprensa, as associações de trabalhadores, todas as instâncias da sociedade, sendo uma “Sombra Onipresente“. Milhões de pessoas foram presas, torturadas e executadas nos presídios, hospitais psiquiátricos e em campos de concentração. A delação era amplamente estimulada e pessoas eram premiadas por acusarem amigos, parentes, pais e irmãos. A KGB, em 1956,  coordenou a invasão da Hungria pelos tanques do Pacto de Varsóvia, e também instruiu o governo Polonês a liquidar um movimento reformista naquele mesmo ano.
                                                      Símbolo/Broche da KGB

CIA: espionagem e "trabalho sujo"

   
    O crescimento dos serviços secretos nos EUA foi grande naquela época. Desde a Segunda Guerra, os Estados Unidos já tentavam espionar e conseguir informações, mas os serviços secretos eram múltiplos. Logo após a guerra, surgiu a ideia de centralizar esses serviços, mas para isso, seria preciso decidir seu limite de espionagem.
   A concretização dessa ideia, logo aconteceu em setembro de 1947, dando origem a CIA (Central Intelligence Agency [Agência Central de Inteligência] ), que deveria funcionar com os outros serviços de informação que continuassem a existir. Além desses serviços, seria mantido também o FBI, com dedicação aos assuntos internos.
   Como consequência, foi criada então uma “comunidade de informações”, onde a CIA, sendo o principal expoente, se responsabilizaria pela parte de informações estrangeiras, e teriam também que evitar serem espiados.

Golpes e Sabotagens na América Latina

      Com o "trabalho sujo" da CIA, muitas regiões no mundo foram afetadas, como a America Latina. Um desses fatos onde a CIA trabalhou sujo, foi na década de 1950, quando tentou depor o presidente da Guatemala, por ter feito uma reforma agrária nacionalista, prejudicando parte da “United Fruit”, e logo provocando o presidente dos Estados Unidos.
    Outro exemplo para falar dos golpes americanos na América Latina, é quando os EUA temeram revoluções socialistas na America Latina com o poder de Fidel Castro, Treinando 1500 homens para invadir Cuba e depor o poder de Fidel.
      Depois disso, vários golpes militares foram patrocinados pela CIA, incluindo toda a America Latina. Em 1970, outro golpe foi lançado: a tentativa de impedimento da eleição à Presidência do líder socialista chileno Salvador Allende. Depois de três anos, o golpe foi depô-lo. Poucos dizem que ele se matou, mas acredita-se principalmente, que a CIA pode ter cometido homicídio.



Histeria anti-comunista nos EUA

     Os tempos da Guerra Fria  foram também tempos de espionagem e contra-espionagem. No bloco capitalista destacou-se a CIA-Central Intelligence Agency (Agência Central de Inteligência), dos Estados Unidos. "Inteligência" tem a ver com "informação", que é a coisa mais valiosa para um espião. Os agentes da CIA respondem diretamente ao presidente dos Estados Unidos. Além de espionar seus adversários, os agentes da CIA também participam na organização de golpes de Estado que instalaram ditaduras militares em vários países da América Latina, como, por exemplo, na Guatemala, em 1954.  É por isso que muitos historiadores afirmam que o governo dos Estados Unidos se especializou em defender a democracia apenas "dentro de casa". Do lado do bloco socialista, quem dominava era a KGB - iniciais de Comitê de Segurança do Estado, em russo. Além de espionar os países do bloco capitalista, a KGB era encarregada de reprimir qualquer oposição ao governo de Moscou, tanto na União Soviética quanto nos países sob sua influência.
      Os americanos utilizavam aviões para espionagem de locais determinados perigosos. Um desses aviões era o U-2, um jato pintado de preto, com asas longas e estreitas que ajudam a percorrer o ar rarefeito. O modelo opera duas vezes mais alto que um jato comercial de passageiros, e permite que pilotos vejam coisas como a curvatura da Terra. Esses jatos ajudaram os EUA a descobrir planos navais e aéreos dos soviéticos.

O avião de espionagem americano U-2, um aparelho construído para operar em altitudes elevadas que esteve envolvido em muitos dos momentos de maior suspense da Guerra Fria.


Aviões e satélites espiões

    
    Imagens eram capturadas pelo avião U-2, mostravam rampas de lançamento de foguetes em território cubano (foto acima), e por conta disso, John Kennedy, presidente dos EUA, depois de comprovadas de forma incontestável a carga dos navios, determinara um bloqueio naval a Cuba, interceptando o caminho da frota soviética.
    
    Uma das maiores tragédias da espionagem foi em 1983, quando os soviéticos abateram um Boeing das linhas aéreas da Coréia do Norte que transportava 269 passageiros civis. O avião sobrevoava sem permissão o espaço aéreo soviético. Os soviéticos deram vários avisos para que o avião muda-se de rota. Só dispararam depois que todas as tentativas se mostraram inúteis. Há muito tempo os pesquisadores e os historiadores tentam explicar o episódio. Primeiro: o porquê que aquele avião mudou sua rota irregularmente? Segundo porque ele não obedeceu aos avisos? Vários especialistas acreditam mesmo q aquele avião estava em missão de espionagem e utilizaria os passageiros civis como escudo involuntário.

Observações


OBS. 1:  Outro grande escândalo aconteceu nos Estados Unidos, em junho de 1985. O FBI descobriu um antigo oficial da Marinha, Jerry Alfred Whitworth, em associação com a família Walker, vendia aos soviéticos segredos estratégicos da força naval. Vários membros da família Walker trabalhavam nos estaleiros de Hampton Roads, no estado da Virgínia a, a base mais secreta da Marinha.
 Jerry Alfred Whitworth

OBS. 2:  Entre os segredos que os códigos forma sendo usados por tropas de combate no Vietnã e detalhes sobre o mais sofisticado Navys submarinos nucleares. Sem explicação, a  Marinha se transferiu, em 1969, para San Diego, Califórnia.




        




            
Com o fim da Guerra Fria as atividades de espionagem e a propaganda política mudaram completamente. Mas elas ainda existem, porém estão voltadas para as disputas comerciais, financeiras, industriais e cientifica entre os grandes blocos econômicos e para o combate ao crime organizado.